Se um dia, o chão te disser
Que os teus passos penetram as sombras da sorte
E os neons crepitam palavras
Em vãos de escada, onde findas a morte
Mil carros atravessam a tua vida
E a tua alma que é de luz
Foge das mãos, esconde-se em nãos
Que o teu preço seduz
Se uma noite
O fim te chegar, na calada de um beijo tardio
E os faróis de um carro de prata, te perderem na mata
Ou na bruma do cio
Vais querer voltar ao princípio
Mas afinal só se nasce uma vez
E essa vez morreu
E depois é tudo assim, pouco louco
Distante como estante
E essa dor, essa cor que a vida te deu
É tempo de fecharmos os olhos
É tempo de pensares em ti
E cada dia
É um dia a mais
Para o céu e para ti
É sempre
Tarde de mais